terça-feira, 12 de novembro de 2013

Exumação do corpo de Jango começa hoje

Comissão da Verdade investiga se ex-presidente morreu de ataque cardíaco ou envenenado
Filippo Cecilio, do R7
Túmulo do ex-presidente já está preparado para receber peritos Tarlis Schneider/Estadão Conteúdo
A exumação dos restos mortais do ex-presidente João Goulart começa nesta quarta-feira (13), em São Borja (RS). A exumação do corpo foi solicitada pela CNV (Comissão Nacional da Verdade), que investiga crimes ocorridos durante a ditadura militar.
A Comissão quer esclarecer se a morte de Jango, que ocorreu em dezembro de 1976, há 37 anos, foi causada por ataque cardíaco ou envenenamento, como suspeita a família.
Após o início da exumação, os restos mortais do ex-presidente serão enviados na próxima quinta-feira (14) para Brasília e analisados pelo Instituto de Perícia da PF (Polícia Federal). Durante a perícia, serão realizados exames toxicológicos que vão determinar se há substâncias venenosas nos restos mortais de Jango.
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O corpo do ex-presidente fica em Brasília até o dia 6 de dezembro — data da morte de Jango —, quando será devolvido ao seu túmulo, no cemitério Jardim da Paz.
A CNV, a SDH (Secretaria de Direitos Humanos) da Presidência da República, a PF e para a família Goulart, não há dúvida que o presidente João Goulart foi monitorado pela Operação Condor, um plano de apoio mútuo entre as ditaduras do cone sul, usado para eliminar adversários políticos destes regimes.
Há a suspeita de que Jango pode ter sido alvo de um plano de assassinato, como relatou o ex-agente uruguaio Mario Neira Barreira e como sugerem documentos relativos ao monitoramento, que alcançou também a família do presidente.
São Borja é conhecida como a terra dos presidentes. Nasceram por lá Getúlio Vargas e João Goulart. E também está enterrado na cidade, além dos dois citado, Leonel Brizola, ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro e líder da campanha da legalidade, que permitiu que Jango assumisse o poder em 1961 após a renúncia de Jânio Quadros.
Em audiência pública que discutiu a exumação dos restos mortais do ex-presidente, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse na última terça-feira (12) que a elucidação da causa da morte de Jango “esclarecer lacunas do passado”.
— A busca da verdade é fundamental em qualquer democracia, São fatos que precisam ser esclarecidos. No estado democrático, é dever ter transparência total em relação ao seu presente e em relação ao seu passado. Os fatos obscuros que exigem clareamento desse período triste da história brasileira, que foi a ditadura militar, precisam ser colocados à luz.
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